FALA SÃO CHICO

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Protagonismo indígena ganha sessão especial de cinema no 4° FALA São Chico


Exibição no sábado a tarde no Cine Teatro X de Novembro apresentará narrativas biográficas repletas de identificação, ao mesmo tempo que celebra o Cinema Indígena

        O Cinema Indígena será visto e (re)conhecido através de personagens reais e histórias inspiradoras na 4ª edição do Festival Audiovisual Latino-Americano de São Francisco do Sul – FALA São Chico 2025. A sessão especial Comunicadoras Indígenas conta com três filmes convidados e dois da Seleção Oficial do festival. Produzidos por diretoras indígenas, os documentários retratam vivências, cotidianos e realidades distintas, com protagonistas dos povos Guarani Mbya, Payayá, Balatiponé e Fulni-ô. A exibição faz parte da programação especial do último dia do FALA São Chico 2025 e será realizada no sábado à tarde, 28 de junho, às 15h, no Cine Teatro X de Novembro.

        A sessão — gratuita e de classificação indicativa livre —, busca conectar público e personagens em tela. Entre os temas abordados, estão: relações familiares, educação, e a importância do ensino da linguagem e cultura. Destacam-se também a espiritualidade, conexão com a natureza e raízes ancestrais, luto e identidade. Apesar das variadas temáticas, os personagens dessas histórias têm em comum uma cultura atrelada às etnias dos povos originários brasileiros. Assim como as comunicadoras dessas histórias.  

          “Ao longo da curadoria, percebemos como muitas das obras selecionadas abordam situações do cotidiano sob ângulos que raramente ocupam o centro das narrativas. São recortes familiares — afetos, relações, espaços — que ganham uma nova luz ao serem contados por personagens e perspectivas nem sempre visíveis. Em especial, na sessão de sábado, convidamos o público a ver o mundo através dos olhares dessas comunicadoras indígenas, que constroem cinema a partir de suas vivências e realidades cotidianas. São histórias que não só comunicam a vida de seus povos, mas também revelam experiências que atravessam a todos nós — indígenas ou não — e que merecem estar registradas, compartilhadas e escutadas”, caracteriza a coordenadora de curadoria e programação do FALA São Chico, Marina Simioli.

        Um dos personagens que o público espectador de São Francisco do Sul irá conhecer é a educadora Marilena Araújo, denominada Wadja. Em um documentário biográfico, repleto de imagens de arquivo, a trajetória pioneira de uma das mulheres símbolo da educação indígena no país é contada através de seus filhos e amigos da comunidade. O filme dá luz, principalmente, à importância do ensino didático da língua e do registro desta linguagem, essencial na construção da identidade cultural. A obra, selecionada para a Mostra Curtas Catarinenses e Latinos, através da seleção especial Lei Paulo Gustavo, faz parte da Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas – Katahirine, que participa do FALA 2025 com ainda duas obras convidadas.

        “As imagens e os filmes que as mulheres indígenas realizam perturbam e reencantam o cinema, alargando nosso modo de ver, pensar e fazer – sentindo, respondendo ao chamamento para ver com outros olhos – (...); fazer as imagens de outro modo, em colaboração com as pessoas e outros agentes do mundo visível e invisível, encantando as imagens e o pensamento, criando teias de afeto e sonhos. Movimentando as imagens junto com a vida, porque acontecem com a vida, ali no cotidiano”, destaca o manifesto da Rede.

        A 4ª edição do FALA São Chico será realizada no Centro Histórico da ilha ao norte de Santa Catarina, São Francisco do Sul, de 25 a 28 de junho. Além da sessão Comunicadoras Indígenas no sábado a tarde, a programação do Festival no Cine Teatro X de Novembro conta com sessões noturnas, sempre às 19h30, e sessões infantojuvenis — inclusivas para crianças e adolescentes neurodivergentes — nos períodos matutino e vespertino. A programação completa, com todas as atividades dos quatro dias de festival, pode ser acessada no site www.falasaochico.com.br/. 

        O FALA São Chico 2025 é produzido através da Lei Rouanet de incentivo a projetos culturais. Hotel Oficial Villa Real. Tem parceria das empresas especializadas em audiovisual DOT, Link Digital, Media Mundus, Mistika, Naymovie, Plural Tec e Transforma. Apoio institucional da Associação Empresarial São Francisco do Sul e Secretaria de Turismo de São Francisco do Sul. Com apoio Ambiental e Full Port. Com realização da Fundação Cultural Ilha de São Francisco, Prefeitura de São Francisco do Sul, JD Consultoria, Associação Cultural Panvision, Prêmio Catarinense de Cinema, Fundação Catarinense de Cultura, Governo do Estado de Santa Catarina, Lei Paulo Gustavo,  Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.

        Confira abaixo os filmes a serem exibidos na Sessão Comunicadoras Indígenas:

Estamos Vivos e Atentos: Mutirão Payayá, Edilene Payayá, Sarah Payayá, Alejandro Zywica | Brasil, Utinga/ Bahia | Documentário | 13 min

Kaimanepá, Helena Corezomaé | Brasil, Barra do Bugres/MT | Documentário | 12 min

Os Sonhos Guiam, Natália Tupi | Brasil, Terra Indígena Jaraguá/ São Paulo | Documentário | 20 min

Pupá, Osani | Brasil, Acari/ Rio Grande do Norte | Documentário | 14 min

Wadja, Narriman Kauane | Brasil, Águas Belas/Pernambuco | Documentário | 29 min